ANO: 2014
MELHOR EXPOSIÇÃO INFANTIL PELO JURI ESTADO DE SP
LOCAL: SESC INTERLAGOS
CURADOR: ALVISE CAMOZZI, CHRISTINE ROHRIG + WILLIAM ZARELLA
PRODUÇÃO EXECUTIVA: SUBSTÂNCIA PRODUÇÕES ARTÍSTICAS
EXPOGRAFIA: ELÁSTICA
IDENTIDADE VISUAL + DESIGN AMBIENTAL: STD M + ALBINO PAPA
SINALIZAÇÃO: STD M
PROJETO DE ILUMINAÇÃO: GUILHERME BONFANTI
EDUCATIVO: ZEBRA 5
FOTOS: STDM
Os contos maravilhosos, também denominados contos de fada, coadunam diferentes formas da tradição oral como lendas, fábulas e anedotas. Heranças da cultura pré-industrial, surgiram nos lugares mais distantes do mundo com uma particularidade desconcertante: parecem dialogar entre si através de recorrentes dilemas existenciais.
Configurando ambientes simbólicos de representação de fases da vida, com o registro de rituais de passagem em processos de formação individual, as narrativas orais cumpriram historicamente função relacionada à coesão social das comunidades, como subsídio à própria existência prática. Para o olhar contemporâneo, baseado nos registros escritos, mantêm atualidade pela presença de elementos universais, mesmo carregando algo de primitivo, razão por que despertam tanto fascínio.
Elaborados e reinventados pelas sociedades ao longo do tempo, os contos transmutaram-se em modelos de virtude, como receituários para o comportamento. Em contraste com tais adaptações sofridas até os dias correntes, o vultoso trabalho de compilação e registro realizado pelos irmãos Grimm na Alemanha do século XVIII, preocupados com o desaparecimento gradual da tradição oral, permite o contato com o inusitado das narrativas que, por vezes trágicas e cruéis, exploram temas tabus ao lado de elementos os mais triviais, perscrutando fundamentos éticos da ação humana.
A reedição do livro dos irmãos Grimm Contos Maravilhosos – Infantis e Domésticos pela editora Cosac Naify, com ilustrações de J. Borges, compõe a base da exposição Grimm Agreste, que também conta com apoio cultural do Instituto Goethe e se insere na programação do Ano da Alemanha no Brasil.
O projeto pretende extrapolar o campo literário propondo que o público percorra seu próprio caminho em ambientes cenográficos imersivos, misturando ao texto imagens da xilogravura de tradição cordelista, que é um traço peculiar da cultura popular brasileira, apontando, assim, para os diálogos possíveis entre duas culturas tão universais na sua singularidade. O resultado é um convite para a realização de descobertas dentro e fora de nós.