ANO:2014
LOCAL: SESC SANTANA _ SP
CURADOR: SYLVIE PARENT _ MOLIOR INSTITUT
PRODUÇÃO EXECUTIVA: AUTOMATICA
EXPOGRAFIA: ARTIFÍCIO ARQUITETURA EXPOSIÇÕES
IDENTIDADE VISUAL + DESIGN AMBIENTAL: STD M
CATÁLOGO + CONVITE: STD M
PROJETO DE ILUMINAÇÃO: FERNANDA CARVALHO
FOTOS: ED FIGUEIREDO + MARIA FERNANDA MISEROCHI
A mostra Despertar/Éveil é inspirada por uma época distante e primordial: a origem da vida, o despertar da matéria.
A exposição reúne obras cinéticas e robóticas que empregam o movimento para expressar a essência da vida. Por meio de várias tecnologias, essas obras fazem com que seus componentes se movam, chacoalhem, contorçam e desdobrem de forma a evocar processos biológicos e seres vivos primitivos. Os trabalhos selecionados para Despertar/Éveil apresentam formas vivas em seu estado nascente e impreciso e, assim, distanciam-se da figura humana para voltar aos primórdios do mundo orgânico. São da ordem pré, sub ou talvez até intra-humana. Nem mesmo uma única dessas obras representa uma espécie animal ou um órgão ou organismo identificável. Graças a essa imprecisão semântica e formas rudimentares, elas nos confrontam com a vida em sua dimensão secreta e íntima.
As obras propõem uma relação bem física, imediata e envolvente, uma relação que se renova de um projeto ao próximo. Não há uma única imagem nessas instalações que prontamente conduza o espectador ao domínio representacional. Essa imprecisão e caráter multirreferencial das obras também impedem que a representação interfira na percepção dos projetos pelo espectador e se fixe em sua mente. Esse aspecto eminentemente físico e sensório permite ao espectador identificar-se com as obras e experimentar uma continuidade orgânica.
Todos os seres vivos compartilham sua origem orgânica. Mas podemos ir além e conceber que também somos essa matéria que um dia decidiu ganhar vida. O viver também existe no não viver, do início da história até os nossos dias, através dos objetos que fabricamos e obras de arte que criamos nos restos sedimentados daqueles que – não importando a espécie – nos precederam, no ar que respiramos.